Tempos Modernos
“’Tempos Modernos.’ Uma história sobre a indústria, sobre empresas privadas – a humanidade caminhando na busca da felicidade.”
Filmes clássicos são uns dos meus preferidos, chegando a competir diretamente com os de terror, e sem dúvida alguma Tempos Modernos foi um dos principais motivos para que eu gostasse deste tipo de filme.
Tempos Modernos é um filme de 1936, dirigido, produzido e estrelado pelo gênio Charlie Chaplin, um pobre funcionário de uma fábrica, que diante todo o processo de automação, cria trabalhadores ainda mais alienados, e no meio deste processo, o personagem de Chaplin acaba surtando, literalmente, e devido à sobrecarga de trabalho e outros fatores devido ao período de crise que a sociedade estava vivendo, é levado para uma clínica de tratamento.
No início do filme também é mostrado um relógio, e logo em seguida já é exibido os trabalhadores na fábrica. Poderia se criar uma relação entre essas duas cenas, onde na fábrica os trabalhadores são responsáveis, cada um por um ponto da produção, assim como o relógio, onde cada engrenagem é vital para o funcionamento.
Até este ponto já é possível notar alguns pontos interessantes, como o fato de manter sempre o trabalhador sob os olhos dos administradores, ministrando todas as suas ações. No filme é possível notar isso em momentos onde Chaplin vê-se obrigado a bater ponto simplesmente pelo fato de ir ao banheiro, e ainda assim é monitorado até lá, o que lembra de certa forma o livro 1984.
Após passar um tempo na clínica, finalmente é liberado e volta a fazer parte da população desempregada, sem lar e faminta, e acidentalmente acaba entrando num movimento onde os trabalhadores saíram para as ruas protestar por condições dignas de sobrevivência, e confundido com o líder do movimento, é levado para a prisão.
Na prisão ele possuía tudo pelo o qual tanto trabalhou: comida e moradia, tanto que enquanto recebia a carta de liberdade ficou sem reação ao imaginar o que seria de sua vida, já que na cadeia ele tinha tudo o que os trabalhadores desejavam: segurança, um teto, comida, e tudo isso sem precisar se esforçar.
Como o importante é nunca desistir, ele volta para a rua, e num imprevisto acaba conhecendo uma garota, órfã de mãe e que leva uma vida miserável com o pai e duas irmãs, e na tentativa de impedir que ela seja presa, ele toma a responsabilidade do “crime” cometido por ela, mas no fim ambos são levados à prisão, mas um acidente no caminho faz com que eles tenham a chance de fugir.
Após estes imprevistos, passam a ter um romance (mais uma coisa bacana no filme, que apesar de ambos estarem apaixonados, em momento algum nem sequer se beijam, mas ainda assim é possível perceber o quanto um gosta do outro).
Por intermédio do destino, o pobre trabalhador consegue um novo emprego como vigia noturno de uma loja, mas após o primeiro dia de trabalho marcado por uma tentativa de assalto e muita bagunça, novamente é levado para a cadeia por engano.
Depois de sair da prisão, novamente,a garota lhe revela que conseguiu encontrar uma casa para que pudessem viver. Mais uma parte muito interessante, pela excitação que a moça demonstra, apesar da precariedade do lar. Para ambos aquilo parecia ser mais do que eles sempre sonharam, consegue um emprego num bar, onde trabalha como garçom e entretendo os clientes cantando e dançando. Tudo parecia correr perfeitamente bem, até que a polícia consegue encontrar a garota, que também trabalhava no local, e novamente são obrigados a fugir.
Sem trabalho e sem lar, eles são levados novamente a seguir a vida, deixando de pensar no que aconteceu e prestando atenção unicamente no caminho à sua frente.
Num outro momento, depois que o casal foge da polícia e Chaplin tem um devaneio, imaginando como seria viver numa cansa, junto com a garota, onde ele tinha um trabalho e ambos viviam felizes, é interessante perceber algumas coisas que ficam bem claras, como a vaca que vai até a porta e já despeja o leite na jarra, e as uvas ao alcance das mãos. Depois de participar de uma discussão sobre o filme ouvi uma coisa interessante de um amigo. Ele disse que achou essa cena interessante por mostrar não só o sonho dele de ter um lar descente, mas também que com a modernização das fábricas, tudo estaria ao nosso alcance, sem precisarmos participar de todo o processo de fabricação, podendo, por exemplo, simplesmente desejar o leite e tê-lo em mãos sem o trabalho de ter uma vaca, cuidar dela, ordenhá-la, etc..
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