O último livro que li foi esse, O Iluminado, de Stephen King. Confesso que tenho uma certa preguiça pra ler livros, ainda mais porque é difícil encontrar uma leitura que me agrade. Alguns poucos que conseguiram prender minha atenção até o final foram As Crônicas de Nárnia, O Guia do Mochileiro das Galáxias, Ben Hur,
Coisa estranha aconteceu quando consegui encontrar num sebo este maravilhoso livro de Stephen King, O Iluminado (The Shining). Comprei. Já era fã das adaptações que haviam feito de suas histórias para a TV e para o cinema, mas nunca tive a oportunidade de ler um de seus livros... até agora.
Comecei com este, que sem dúvida é uma de suas maiores obras, e desde então tenho trabalhado pra montar uma espécie de coleção pessoal do autor.
O filme, além de ser baseado no livro de Stephen King, conta com a direção de outro gênio, Stanley Kubrick (Laranja Mecânica e 2001 - Uma Odisséia no Espaço), e também com os brilhantes Jack Nicholson no papel de Jack Torrance e Shelley Duvall (pra quem não sabe, ela fez a Olívia Palito no filme do Popeye (SIM, EXISTE UM FILME DO POPEYE!!, o qual eu recomendo)) como Wendy Torrance.
A história se passa ao redor dessa família, que no momento passava por dificuldades, tanto financeiras quanto problemas afetivos, chegando inclusive a quase um divórcio.
O casal tem um filho, Danny, de 5 anos, que como várias crianças, tem um amigo imaginário.
Após ser demitido de seu último emprego como professor, um amigo, ex colega de trabalho de Jack o ajuda numa espécie de "reabilitação", e o coloca num serviço como zelador de um hotel na temporada de inverno.
Neste período, o hotel Overlook fecha as portas e só volta a abrir na primavera. Durante todo este tempo, Jack e sua família são confinados no lugar.
Danny, assim que chega ao hotel, faz amizade com o velho cozinheiro do lugar, Dick Hallorann, que percebe em Danny um talento especial, que como ele explica,
_ Não - disse Hallorann -, mas você realmente os ultrapassa. Uma porção de gente tem um pouquinho dessa luz interior. Não sabem, mas sempre aparecem com flores quando as esposas estão angustiadas com suas menstruações, fazem boas provas na escola sem terem sequer estudado, sentem as pessoas logo que chegam. Já topei com uns cinquenta ou sessenta indivíduos assim. Mas talvez só uma dúzia, contando minha avó, sabia que era iluminado.
(O Iluminado, Stephen King, ed. Círculo do Livro, 1977)
Timberline Lodge, em Oregon, serviu de "capa" para o Overlook Hotel. |
No início as coisas funcionam dessa maneira, todos felizes, mas aos poucos o hotel começa a mostrar sua verdadeira face...
Danny que tem este "dom", é o primeiro afetado pelo hotel. Seu amigo imaginário, Tony, lhe avisara antes mesmo de irem pro Overlook que aquele não era um lugar bom, mas como não havia e nem podia abandonar a família, Danny seguiu sem pestanejar.
O hotel se mostra como uma espécie de "museu", onde frequentemente Danny (e posteriormente o resto de sua família) vê, ouve e sente coisas que aconteceram em outros tempos, como por exemplo pessoas que não estão no hotel (não mais...), ruídos (que em alguns momentos são tidos apenas como alucinações, como quando Jack vê os arbustos em forma de animais correndo atrás dele), e por aí vai.
Neste ponto (e em vários outros) aconselho a lerem o livro, porque muitos pontos se diferem do filme, não que atrapalhe a história, mas é interessante montarmos mentalmente uma nova maneira dos fatos ocorrerem.
Mas continuando. Danny havia sido informado pra não ir no terceiro andar, mais especificamente no quarto 237. Lá, Jack descobre mais tarde, foi um lugar onde ocorreram coisas muito estranhas, e más, por isso o lugar ainda é "carregado" com uma energia negativa.
Danny, movido pela curiosidade, resolve se aventurar neste quarto, e nele encontra algo que o deixa completamente paralisado: um cadáver. Mas não um cadáver normal... este, de alguma maneira, estava... vivo. Vivo a ponto de agredir Danny (neste momento o filme se difere do livro, já que no filme quem encontra o corpo da mulher é Jack).
Uma das coisas que eu mais achei interessante na obra não foi o fato de ser uma história de terror, mas COMO o autor descreveu este terror. Em muitos pontos no livro, eu e outras pessoas que também o leram, tivemos a sensação de realmente não só estarmos na história, como também fazendo parte dela, como às vezes como Jack, às vezes como Danny.
Um dos momentos mais marcantes é quando há uma descrição de como Jack, ex-alcoólatra se sentia diante a tentação de colocar mais uma gota de álcool na boca. Há uma definição tão precisa que nós realmente nos sentimos, mesmo não tendo costume, com a quase obrigação de comprar no mínimo uma garrafa de cerveja pra matar a sede.
Também que não é só mais uma história de terror, com monstros ou fantasmas, mas uma onde no fundo, percebe-se que o verdadeiro fantasma sempre esteve dentro dos personagens, só esperando o "momento certo" pra se libertarem.
E novamente indico não somente o filme como também o livro, já que em vários momentos a história se desenrola de maneira diferente, podendo assim, trazer um novo sentido pra quem só assistiu ao filme.
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